quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

PESADELO

Anoiteceu...
O crepúsculo afogando a noite
Como a culpa afoga minha existência.
O tempo já não passa, a hora já é morta...
Olhando cada parte de vida a minha volta
Me revolto em saber, que partilho desta alcatéia
De lobos magros e bexigosos...
E penso eu, em abismos, que talvez o estado humano,
Seja o primeiro estágio de uma precária evolução...
E um negro vulcão
Que em minhas criptas metais
Entra em atividade explosiva...
Ah! A macabra dor da consciência,
Novamente aos meus calcanhares!
Como eu, acorrentado nessas prisões carnais,
De paredes rubras, fedorentas, malditas...
Como eu, posso sentir-me livre? Tudo é tão surreal!
Se sequer posso arranhar os céus,
Ou queimar meus pés nas chamas infernais...
Não! Isso não é vida, não é nada!
Eu nem sequer ainda existo!


Adormeci...
Nas asas tumbais da dor voei,
E em ânsias, naveguei em lágrimas,
Percorri vasos sanguíneos,
Mergulhei em minhas neuronas petulantes,
E mesmo assim, não encontrei um lar,
Ah! Nem mesmo eu consigo suportar
A minha existência,
Eu sou como um buraco negro que adormeceu, que cansou,
Que não vive...
Quero acordar, quero fugir, mas os ecos,
As vibrações, que saem de toda parte, me paralisam.
O mundo é como uma bruxa, que te prende, te faz engordar
Para engolir-te por inteiro!
Ah, este sim é o derradeiro
Destino de quem procura viver, acordar
De um pesadelo medonho que é a vida humana!

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