quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

PEITO VAZIO

O sino da catedral grita
Quer mostrar-se vivo
Mas como pode o cobre ter vida?
Ah! O sino grita!
Desta vez nem as corolas o escuta!
Lúgrube sino,
Que anuncia a morte.
Da Torre, descem negras estolas
Fúnebres, amaldiçoadas, angustiosas...
A noite mostra-se lenta
Para aumentar a dor de todos
A cidade em silêncio,
Num luto interminável!
Morte! Morte! Morte!
Em negro astia-se a bandeira dos vencidos!
Um silêncio que dói no ouvido...
Nem mesmo o som de um grilo
Ouve-se nesta noite.
A natureza não se mostra viva
Nem sequer uma bruma espessa aparece...
Aqui, é um deserto de angustia
Onde nem mesmo a angústia se faz presente
Nada existe, nada reside aquiApenas a catedral!
Uma arquitetura em ruínas
Onde casaram lindas meninas
Cai as pedras do altar monumental
E o sino grita!
Num ecoante som
Ele apavora e estremece o meu Coliseu
Este lugar que nada vive
Que nada existe,
Este lugar, é o peito meu!

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