quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

DILEMA

É com colossal sofreguidão
Que lanço minhas palavras ao chão pantanoso
Elas, como os nacos de carne podre
Alimentam os vermes,
Elas alimentam as minhas angústias
As letras têm um peso morto
Em minha língua, quando as congrego,
Fazem-se palavras defuntas
Vão saindo de mim
E enquanto saem, é como
Se eu ouvisse os necrológicos
Gritarem a morte de minhas neuronas
A cada dia, cada hora, minuto, segundo...
Eu morro um pouco mais
O tempo avança apavorante
Noites... Dias...Ah! Malditas horas!
E esse cheiro de morte e essa solidão
E esse vazio, essa dor, essas lágrimas...
E mais nada, hoje é só o que tenho!
Vivo num cemitério de ilusões, onde
Se quer, no dia de finados, entra uma viva alma
Então, meu caro, nas horas mortas estou...
Realmente acho que enlouquecera
Não sei mais o que é vivo,
Não sei mais o que é morto.
Sei que vivi, sei que morri
E por hora, não sei de mais nada!

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