quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

DISSABORES

Coagulando, coagulando, coagulando
Meu sangue ferve!
Dentre minhas veias borbulhando
O sangue continua coagulando
Construindo a lápide de meu corpo inerme.

Ah! Grandioso verme!
Criatura infecunda da terra!
Nascido do ódio daqueles seres vivos!
Cresce quando a humanidade berra,
Alimentando-se com os mortos altivos!

Navegando neste sangue coagulante,
A deriva! A mercê do vento repugnante
Com a força de um paquiderme gigante
Minha alma tenta inutilmente se libertar
Das correntes de meu corpo fumegante!

Estático! Extasiado com a vermelhidão
De minhas vísceras expostas na multidão,
Continuo navegando neste rubro chão
Lamuriando nesta vasta estrada
A dor de minha alma desafortunada!

Trilhões de moléculas congregadas
Reúnem em si a dor de viver
Condenando um único ser
As torturas das mentes más e desgraçadas
Destruindo assim a alma já condenada...

Esses são os meus dissabores...
Eu quase sem vida, repleto de dores
Alma cansada, já sem cores
Navegando em maremotos assassinos,
Com o coração órfão dos meus amores!

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