domingo, 27 de junho de 2010

Dos Amigos / Dos inimigos

Há certos dias que pensamos na vida. Há dias que pensamos na morte (geralmente da bezerra). Dias que não pensamos em nada e há dias que pensamos em valores. Valores! O que nos faz ter valor? Quem é que estipula os valores que temos? - sim, lá vai o Gabriel com toda sua indagação de vida e morte. Mas vamos pelo começo. Temos amigos e inimigos declarados certo? E muitos dizem por ai "diga-me com quem tu andas que eu direi quem tu és", desculpem-me todos, mas, isso não é verdade! Pura estupidez de pessoas que não conseguem olhar além do óbvio. E se fomos um pouco mais além do que os olhos enxergam? Por sinal, não seria o inimigo mais verdadeiro do que o amigo? Pensemos. Nossos inimigos se opõem a nós por semos o que somos realmente, pois nos conhecem e por isso mesmo é que nos odeiam; contudo nos respeitam. Sabem do que somos capazes. E nossos amigos? Gostam de nós pelo que não somos - eu explico: convenhamos, quando estamos ao lado de quem a gente gosta passamos uma maquiagenzinha em nosso Eu, deixamos de falar certas coisas, de fazer, de rir enfim, não nos mostramos por inteiro, ou seja, gostam de nós, mas pelo que não somos e sim, pelo que mostramos ser.
Um inimigo nos dá o valor que merecemos, o respeito que precisamos e a vontade de vencê-lo que temos oculta.
Ao pensar em tudo isso, posso concluir que melhor seria esta frase: "diga-me quantos inimigos tem que eu lhe direi o teu valor".
Quero ressaltar que não estou com raiva de amigo algum, ou sabe-se Deus o que a mente do leitor pode levá-lo a pensar e sim, estou pensando nesta dicotomia de amigos e inimigos. Não posso deixar de agradecer todos os meus inimigos, pois se não fossem eles eu não estaria como estou hoje. Lúcido, transparente e acordado.
É claro que, é mister que eu diga a importância dos amigos. São eles que transformam um demônio em anjo. São os olhos amistosos que podem ver em qualquer pessoa algo bom, que muitas vezes pode sequer existir, todavia eles vêem e após isso pode até passar a existir; é só crer (como dizia Clarice em A Hora da Estrela).
Os inimigos são os que nos dão valor e os amigos são os que têm o poder de nos transformar.
É isso, ou quase isso, ou quem sabe?, nada disso. O importante é crer não é?
'' e ele sorriu amargamente a sua consciência..."

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