sexta-feira, 11 de junho de 2010

Do Amor no Séc. XXI


Comecei a pensar mais sobre o Amor. Até pouco dias atrás eu imaginava que ele não existia. Era simples criação humana como alguns caricatos de temporada. Mas não, ele pode existir sim! Claro que é coisa rara. Vamos dizer assim: caso ele exista mesmo, o amor deve ser algo parecido com que o Conde Drácula sentia. Algo tão intenso que vai além do divino ou do profano. Simples e puro. Incondicional, ou melhor, Inefável.
É, isso mesmo, se é amor, é Inefável.
Provável que, o amor seja criação dos Deuses Gregos. Com certeza foi. Devem ter criado para si próprios e os mortais, como invejosos que são, roubaram para si; o problema é que um mortal não consegue ser um Deus e jamais sentirá ou verá o mundo como vê um Deus e não conseguiu controlar esse sentimento. Foi onde tudo começou a dar errado na Terra.
Ou quem sabe o amor é criação norte-americana, pode ser! Eles sempre querem dominar tudo, controlar tudo. Algo que deixe todos cegos, bestas e ignorantes seria uma arma e tanto não? Capaz que sejam deles essa invenção!
Então, claro, o leitor assíduo do Terra Efêmera vai pensar: "Realmente o Gabriel é um desalmado sem coração", ou pior, "Ele realmente está ferido por alguém e agora pensa com o orgulho machucado". E eu lhes respondo: Caríssimos, mostrem-me quem nunca foi ferido por alguém ou quem nunca feriu alguém. A questão não é essa. É simples, eu realmente não acredito que nos tempos em que vivemos o amor caiba no nosso dia a dia. Estamos na era da conveniência, do sexo fácil, do prezeres efêmeros e seus afins - que aliás está ai o motivo do nome do blog. Tudo hoje é muito mais passageiro do que já se sonhou um dia. Os relacionamentos duram semanas. Casamentos já são casos raros. Estamos à linha da Liberdade (ou Libertinagem?). É pena que foi esquecido o resto da causa. Onde estão a Fraternidade e a Igualdade? Enfim... A política não é efêmera, logo não cabe aqui.
E sequer disse ainda a vulgarização do amor que há hoje em dia. Temo que daqui alguns anos as pessoas se cumprimentem dizendo que amam umas as outras. Imagine isso! "Bom dia, eu te amo. Tudo bem?". Só de pensar me dá arrepios. Ah, o que me fez lembrar do ''tudo bem?'', ele também já virou cumprimento. Hoje ninguém quer saber se você está bem realmente. É praxe responder ''tudo e você?'', co-resposta "tudo também'' pronto! Você foi educado. E se eu não estiver bem? Não importa! Aliás sua vida não é importante ao outro viu! Me lembra Mário Quintana: "O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada haver com isso."
E depois de viver na Terra no séc XXI num bairro urbano e conhecer as pessoas que conheci, por exemplo, você vem me dizer que o amor existe? Desculpe, mas, hoje ele é tema para a Literatura e nada mais. Pode ser que um dia desses eu, quem sabe?, me apaixone e fique convicto do contrário. Pode ser. Entretanto, bem sabemos onde isso vai dar. É tão claro como a reação química da aspirina efervescente quando toca a água. Efemerismo. É tempo de efemerismo!
É assim: olhares, beijos, sexo, sorrisos, presentes... Então, não servimos mais. Um minuto de desespero, três ou quatro lágrimas e fim.

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