I
Absurdo!
Explosão de máxima brancura,
Como num conto, ela, toda desenhada,
Desafia o mundo com sua ternura...
É... Fez sua mãe esperar acanhada,
Sua mãe, que aguardava desde janeiro
Com a força de um paquiderme rubro,
Deu a luz a este cordeiro
Que veio ao lar a 26 de outubro,
Para conquistar o mundo inteiro!
II
Matemático!
Num sincronismo homogêneo,
Ela andava pelas ruas, num vazio estéreo
Tentava se completar procurava a si
Nas câmaras temporais alheias...
Não! Ainda não via que a matemática
Da vida não consiste em algarismos
E tangentes... E que na verdade era
Algo mais simples, pura soma!
Dividir para completar!
E quando,
Num gesto verdadeiro,
Trouxe também ao mundo
O seu cordeiro...
III
Permanente!
Ela se tatuou inteira,
Toda coberta de tintas,
Símbolos, estórias e verdades...
Faceira, menina perdida...
Aprendeu as duras penas
A lógica da vida...
IV
Continental!
Trancada, violenta, suprema!
Rangia os dentes com tamanha fúria
Que os maiores dos maremotos teriam inveja!
Nos despojos desta guerra,
Monstruosos e medonhos pesadelos
Lhe atormentava...
E numa ânsia incoercível...
Almejava ter os céus...
Queria ter asas
Queria tocar o universo,
Desejava sentir entre os dedos
O frio das constelações
Mas a sua volta...
Apenas negros dragões...
V
Inevitável!
E no desespero do ultimo momento
Ela, que tanto derramou seu pranto,
Ela, a menina de máxima brancura,
Desenhada, toda pura,
Explode, como um vulcão de alma
Da mais verossímil verdade
Sobe com asas decidas pela própria eternidade...
Sublima-se tão rápido,
Numa escada cúbica, como num andaime...
É, suba menina... Chegou a sua hora,
Suba! Suba! Suba Elaine!
E ela tocou os céus,
Em delícias...
Estava em paz, estava feliz...
Sentia das constelações as mais
Sensíveis carícias!
Lindo! *____*
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